não bastaria já este destino a secar
as palavras prontas a vestir ou despir
o dia puro que nos amanhece o pensamento?
o poema é um órgão túmido que nos entra
pelos olhos adentro.
a imagem convulsa, adensa esse esplêndido
espasmo contemplativo….
só a luz se bebe… toda a claridade primeira.
que tamanha alvura nos pediria nos olhos…
tão grande cegueira?
.
.
imagem: Sally Mann