qualquer que seja a cor do sangue... do sonho... das memórias que se fizeram lentíssimas na boca dos amantes... qualquer que seja o nome das manhãs de paz adocicadas por esses olhos afrodisíacos que brilhavam como estrelas quase adormecidas… qualquer que tenha sido a palavra eleita por todas as outras, proferidas com a doçura das tardes de Domingo, rendidas nas tuas mãos. qualquer que possa vir a ser o corpo ou o lugar. qualquer que tenha sido o perfume. qualquer que tenha sido o poema ou verso onde calar, gritar… a dormência, a excitação da alma ou - quem sabe - sermos apenas a distância entre a morte e a ressurreição de tudo quanto possa vir a ser um céu coberto de pássaros trémulos… pairando sobre os corpos com sede de amor: esse rio prometido a transbordar nas margens da tua boca… beijada pelo Deus dos deuses do éden onde se cumprem os mais sagrados versículos…
imagem: Charlie Terrell