Sábado, 31 de Janeiro de 2009

coração tatuado...

 

por Luís Nóbrega

um coração tatuado de ausências tem uma multidão lá dentro.

e reconhece, cara a cara, cada rosto estigmata, cada marca da dor e da alegria, não do tempo, o tempo não nos faz, vai-se fazendo...
bem sabes disso, tu que lutas contra portas macambúzias, que te obrigam a caminhar em desertos desorientados de silêncio, que,
num barco inseguro, tantas vezes oprimido por margens empedradas,
vais acostando nos embarcadouros precários da ilusão, mas ainda acreditas nos "pássaros que trazemos dentro", que mesmo ausentes anunciam a Primavera, prometem poisar nos vazios que estão lá dentro, à espera.
vais descobrindo coragem no arrulhar matutino da continuidade,
no sorriso do teu rio que salta solto em todo recanto livre,
tem raízes nesse encanto a que chamas liberdade,
e a tua palavra pulsa ritmada por uma força verdadeira,
a tua voz fraterna sempre inteira.



uma multidão de ausentes é um coração com muita gente, e que o teu vazio também possa preencher alguém.
ou:
se aquele que está ausente
ficou no coração de alguém
esse vazio na gente
ocupa um lugar também.



parabéns poeta amigo
um grande abraço

publicado por Latitudes às 19:11
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Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2009

envolvência fundamental...

 

lento o movimento da paisagem

a quem me entrego

envolvência fundamental

que quem olha o libertar das coisas…

e que coisas!!!

tão incompreensivelmente sensíveis

tão irremediavelmente belas!!!

revejo-me…

na atitude contemplativa

de quem parece não estar

de quem parece não querer

interferir na orogénese

desse poema… chão onde desperta

uma ruína inócua…

é magnífico… o congregar

de todos os sentidos…

dos tempos outrora vividos

o convergir de outros rios

mais ou menos poluídos

o emergir desses fluidos

que desaguam num só pensamento

ah! poder revelar o odor do vento!

correr ao reencontro dessa

invisível e matinal maresia…

somos, agora, um murmurar de cheiros

ondulante marulhar das ondas

que invadem os derradeiros poentes

onde nos abraçámos

somos, também, amor

onde ficámos

de corpos eternamente possuídos

somos, os mais rendidos

a essa acesa fé

que nos condena…

somos, enfim,  poema

que sempre se liberta e quer

no breve sorrir de quem

sabe [a] mar…

 

publicado por Latitudes às 11:14
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Domingo, 4 de Janeiro de 2009

solitária veneração…

procuro-te!.. no perfume que perdura à tua passagem pelas minhas latitudes… apetecível que é o teu aroma… ternura que perfila a aveludada fragrância de uma rosa… flor de minha solitária veneração… que das tuas pétalas se faça um coração… inteiro de bravura e de bondade… e desse mesmo amor… a liberdade; o verdadeiro sentir que nós se instala… que a voz desse lugar… saudade que não cala… o clamar de ausências sem sentido…  nos traga… o que nos foi tão prometido…

publicado por Latitudes às 01:43
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