poderíamos estar em desacordo
não fora a poesia lugar para onde convergem
os nossos dias de entrega ao menor dos sentidos
ao mínimo sentir desse rigoroso olhar
que desenha e define o nosso encantamento
líquidos que se fizeram os rios de onde partimos
ausentes que fomos nessa estação distante…
tangentes que somos à superficialidade
que se gera ao redor do nosso tempo
silêncio que sucumbe
à fluidez do nosso grito
shining tears
thunders lightening your
exhausted eyes
these songs of heaven
sounds of dream
emotions that lies and seams
dark angels in the fields
velvet roses falling down
like this invisible ground
where my love feels above
in this gracious fly
é meu lugar... essa loucura de querer tua pele
...roçando a melodia do aroma silvestre que
desperta o meu desejo de beijar tuas pétalas
mais apetecíveis...
de olhos fechados...
ao som desta música que conduz à
liberdade de ficar... ausente
meu ego espraia-se ondulante
num êxtase de silêncio...
sem resistir à ternura
desse abraço que me respira
porque há comentários que não se querem confinados ao seu próprio espaço...cedi ao seu grito de libertação...
a todos quantos se sintam neste abraço onde libertei, também, o meu silêncio...
chegaste do anonimato
e revelaste-te
a derme que envolve em si
o poema génese de todo o amor
toda tu secreta
toda tu mistério…
recusas-te a confessar
de uma só vez
que a terra grita a nostalgia
do que em si contido
alimenta convulsivamente
a orogénese do verso
assim como
a erosão do pensamento
fragmentado pela brisa húmida de poente
sedimenta numa latitude
ocasionalmente tardia
é frágil esse poema
que alimenta o oculto
é como um vulto que se ergue
à luz da vela em noite de tempestade
é talvez…
como quem arde, lentamente,
na chama de um amor que se adia
e se rejeita
é como quem se deita pra sonhar
o esquecimento das coisas
que nos suportam…
que ferida aberta é esse anónimo ser?…
lugar onde minhas cicatrizes
foram com o mesmo sangue escrever amor…
que coisa é essa?.... esse amor que dói !?
gesto que verbaliza palavra que nunca foi ?!!!