há sempre alguns marcos de mudança
há sempre vozes fortes de esperança
há virtudes, peitos feridos de vingança
este sol que de novo nos acorda...
esta muralha que queremos vencer...
são vidas repetidas sempre a perder
o tempo e tempo nunca a perder
quebrei mais um ciclo
cortei mais uma meta
reparo impotente na força da grande roda
reajo de pensamento impuro
nesta nostálgica passagem para
a mesma merda!
*******************
Espero que o novo ano possa contrariar
Todo o meu pessimismo...
Obrigado a todos quantos me dedicam
Olhares atentos e contemplativos
Feliz ano de 2008!!!
detenho-me na visão paradisíaca dos teus seios, do teu ventre, do teu sexo... onde me implanto como semente capaz de crescer... capaz de germinar... capaz de vencer... ou de ceder como predador à tentação da carne por devorar; à sede e fome do insaciável... à descoberta tardia da sensualidade e sexualidade experimentada e sábia... à fonte humedecida de todos os sonhos, de todos os desejos... quero beber toda a tua água!!! Secar-me, como quem desidrata, dentro de ti….
"na medida do possível", "vou andando". essas coisas que toda a gente diz para remediar as dores diárias neste agitado mar de ilusões: Lanças que se assomam ao nosso peito neste despertar involuntário... Vagas de um Portugal nostálgico e deprimido. Ó Portugal entristecido! por onde anda esse brio de se andar alevantado? Homens de meu país abandonado à sorte!? pra onde caminhais, Gente infeliz? Almas naufragando, num navegar sem norte!...
regresso
pois que a saudade
perssegue-me…
para onde quer que me retire
guardo-te!!!
como um murmúrio que enternece
como beijo que silencia
palavras de algum desconforto
retém-me…
na boca que silencia tudo!
sustém-me nesse prazer
pois que a dor persiste
ancorada às lágrimas
que evitamos…
adiados versos
rendo-me às tuas carícias
e ao odor extasiante da tua pele
tua boca devora-me
uma fome compartida
entre sorrisos e beijos
entre suspiros de amor
e palavras em que
queremos acreditar…
a cada Natal que passa
cresce a importância do Inverno.
devolve-nos um amigo e faz de nós
amigos de todas as estações.
esvanecem-se as imagens
das raízes e dos ramos já perdidos...
dos amigos!
a música desses dias, os sons distantes
que nos aproximam mais e mais a cada ano
reflectem-se recalcando na memória
os presentes e ausentes que eu amo
cubro[te]
com todas as labaredas
em que arde teu lenço...
traço meus desafios
como caminho revelador
desse continente lânguido e sedutor...
a debilidade que ofereces aos meus pincéis
adormecidos na soturnidade da ausência...
vale para onde confluem todos meus desejos;
lugar onde aprisionados todos os segredos
a revelar com a máxima ternura;
o nosso mais puro conteúdo
vertido sobre a tela
onde se desenham
nossos corpos
nus
fica ausente o pensamento oculto resto eu... esquecido o corpo de onde parti.
fica a mágica sabedoria de dizer ainda madrugada esperança a renascer restas tu... luz solitária a iluminar o que resta de um lugar como eu, paraíso onde nasci | reste absente la pensée occulte reste moi… oublié le corps d’où je suis parti .
reste la magicienne sagesse de dire encore aube espoir à renaître restes toi… lumière solitaire à illuminer ce qui reste d’une place comme moi, paradis où je suis né |
aos amigos das letras:
aceito correcções para melhorar esta tentativa de tradução
imagem: adamix
Olá companheiro,
Perdi-me na conversa e acabei por não dizer o essencial da minha escolha pelo título “Latitudes” …
Para além do que te disse durante a nossa conversa... a “escolha”… surgiu após a criação do meu poema “latitudes” que agora te envio em formato mp3.
Para trás pouco havia sido feito ao nível da escrita.
Achei que realmente traduziria, bem, o meu apego a pessoas e lugares. Seria, também, o reflexo de emoções muitas vezes antagónicas mas não contraditórias (Pois tento ser coerente com as minhas convicções). Espelharia a polaridade social e pessoal… mas, acima de tudo, expressaria cores e odores; raivas e amores vividos e sentidos num espaço geográfico interior de (acredito eu) dimensão infinita. E assim… não mais do que "as imagens possíveis.../ neste lugar ao sul no meu/ interior nordeste/ uma viagem à minha / geografia interior/ lugar onde sou e que sou, sempre!.../ ainda que em Latitudes ausentes/ buscando uma longitude constante”
Um abraço
Mário João
diga-se da
verdade o seu
sorriso...
de graça o seu interior
com paixão
dessa forma verdadeira
da mentira
diga se preciso
verdade ou
não
diga-se da
verdade o seu
sorriso...
que da mentira
de verdade
não preciso.
mergulhei
num desses sonhos
mornos e tranquilos
em que se soltam sorrisos involuntários
carícias no vazio deserto de nosso leito…
abraços secretos…
inconscientes reflexos
do querer teu cheiro
nesta madrugada fria de Outono
ahhh! saber teu sul
meu eterno lugar para despertar
todas as manhãs...
odores (a)mar, a sol e poesia!!!
procuro acompanhar teu poema
para que me leves de mão dada
passeando por teu sonho
elevo-me!
levito na pureza do casulo
onde me proteges e amas...
para que não perca o momento
em que a tua boca convidativa
apela à fusão dos nossos desejos,
entrego-me a ti!... ao poente
de um róseo entardecer
sob o calor dessas mãos mágicas
lenta e suavemente abrindo todas
as portas que levo já entreabertas.
habita-me!
meu corpo será teu, plenamente,
aromático e sedutor
como um templo de silêncios
rasgado com sons voluptuosos
e aromas silvestres...
...mais um aniversário...
mais um dia contrário à
minha natureza carente...
o meu estar solitário...
o meu amor ausente...
há sol e chuva no meu interior
há um arco-íris sobre o
cinzento da nostalgia
há uma lágrima que cai
ao final do dia…
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Parabéns João.
Parabéns, também, à minha mãe
a aniversariante mais especial
deste frio dia de Dezembro
beijos mãe
obrigado a todos os amigos
que sentem, como eu, a amizade
como a melhor prenda neste dia especial…
façamos dela o sol de todos os dias!
beijos e abraços
nada direi à minha Latitude
nem lhe falarei da grandiosidade
do seu céu: eterno amplexo azul onde
viajam nossos sonhos
nem da distância que me aproxima
do seu poema involuntário
que seduz e abraça a toda a hora
não falarei da demora que acolhe
nossos lábios
não falarei, agora, do desejo
de tocar do amor a sua carne
não falarei do que arde
pois que é viva a chama
que a traz em mim
não falarei, enfim
do código secreto
que traduz seu EU
(meu também)
pois que descodificado foi
por minha mão ...nesse
poema incendiário dos mais
ousados pensamentos
não falarei de lamentos
pois que de amor nossos
tormentos também se agitam
nesse mar prolongado
pelo voo das gaivotas
que de saudade
ao largo gritam...
O sofrimento persistiu até ao
adormecer dos sentidos
deixando-me neste estado
de febril antalgia poética.
jamais venderei
o que penso
quanto mais quem sou...
quem sou?...
vença tempestades violentas
ventos assombrosos
o abrigo natural
evada-se de mim
a força combatente
e imponha-se nesse instante
impiedoso o forte frio...
jamais a gente vil
me encontrará do mesmo lado
pois não será possível sequer
domesticar um pensamento
nem de mim expropriada
a Dignidade!
imagem: pescada na rede
por: um pescador de sonhos
Dia triste
que por mim passa...
há música na minha alma
pobre, triste, fraca
como a luz ténue
como os sons da terra
deste triste dia...
lágrimas do céu
chuva que nos meus olhos
afogam as minhas mágoas
e lavam alguns pecados
como quem se confessa...
nostálgica hora
momento que me devassa
vozes que não tolero
punhal que me trespassa...
há momentos em que
esquecemos tudo
libertando-nos
para, num instante especial,
pensarmos em alguém...
lembranças que retardam
um esquecimento improvável
impossíveis geometrias
que se intersectem no tempo...
foram abertas as portas da amizade…
dada a confiança e todas as condições
para uma convivência sadia e urbana…
esgotado o prazo!
dai por finda a novela de mau gosto…
há quem não consiga suportar a negação com aprumo,
não olhando a meios para satisfazer as suas obsessões
o meu verso é outro!!!
ninguém manipulará o que me vai na alma!
Entre a Estação e a Costa do Pombo fica o Lugar de Tourinhas: Nome de um ribeiro Amigo e companheiro de muitos momentos. “Não é sem razão/ que o brilho dessa água/ que tu és/ se sobrepõe à flor/ que não fui./ Não é por paixão/ que me prendo/ na corrente do teu som…/ Não é da luz/ nem é do tom…/ Nem é dor/ nem é amor/ este olhar em que te fixo/ em que me movo…/ É a tua existência/ é a tua presença a tocar-me de novo”
À sua margem direita, nuns casebres com identidade e alma próprias, erigidos pelos recursos possíveis dos Avós, num tempo de acentuada austeridade… Aí o Lugar onde emergi para a vida num Dezembro mais risonho…
Olá meu Amor,
Eu, como tu, tenho muita dificuldade em exprimir meus sentimentos… muito por não saber escrever. A poesia é, também, a minha fuga à regra e ao parágrafo… à pontuação.
Quantos papelinhos em meu redor, com sentimentos perdidos algures na incapacidade do momento em que os tentei resgatar… quantos rasgados, ainda, dentro de mim!?
Perdoarás a falta de rigor e a simplicidade destas palavras tantas vezes repetidas por outros seres que como nós respiram, apenas, parte do universo a que têm direito…
Não creio que algo mais possa ser inventado… até que nos seja concedido o verdadeiro conhecimento do amor. As palavras, como as rosas, repetem-se em actos continuados… a importância estará !sempre! na verdade com que as oferecemos…
Não rejeitaria frases feitas… porque vindas de ti seriam, com certeza, sentidas.
Gostaria… de poder chegar a ti no imediato voo de minhas asas….
Aceitaria o teu sorriso, o teu abraço e o teu beijo… Tudo que vem de ti me encanta! TUDO!!!
Desculpa, se por vezes, não consigo devolver o mesmo encanto, o mesmo carinho. Esse mesmo carinho que… me enternece… que preenche, tantas vezes, os recantos mais esquecidos do meu vazio…
Impossível, para mim, é atingir a lucidez em que vivem os teus mais ternos anseios.
Amo a honestidade que te impõe ser verdadeira, no amor e em tudo que tocas.
Não! De mim não tens apenas poemas: gritos que escaparam à contenção deste amor que sinto… tens, ainda, o que sou, aceso, no interior de mim… tens a minha mão, o meu sorriso… e os gestos irrecuperáveis de meus lábios a cada novo beijo. Tens-me em cada passo que dou em tua direcção.
Partilho contigo o desejo de poder viver momentos de felicidade. Teu corpo?... Apenas o lugar concreto onde se concentra a tua mais sublime existência. Essa generosa forma de amar sem egoísmo, o outro, ou a mim em todos os outros onde sempre estarei presente.
Não queria referir… para não corromper este sonho… mas a minha racionalidade e honestidade alertam-me para o facto de a minha vida precária me impor limites aos quais, talvez, não consiga escapar…
Amas, o que de mais nobre existe em mim… O resto, é só imperfeição.
Visito teu olhar regularmente, entre cada parágrafo, imaginando-nos de mão dada olhando no horizonte o perfil da felicidade ao entardecer do beijo.
Amor de poetas!!!
: amor contido entre a violenta serenidade do querer… e a nostalgia do não ser…
O aroma do café e melancolia da guitarra, acompanham-me… no traçar de algum conteúdo, do muito que se agita cá dentro. Regresso ao teu olhar entre cada frase para não me sentir tão só neste monólogo.
O dia irrompeu da escuridão nesta manhã de Outono. As nuvens regressaram mensageiras da tua emoção… Está um dia magnifico para amar, na intimidade de uma cabana, junto ao calor da lareira… ouvindo o murmurar da água… e o tranquilo bater do teu coração… vem amor, dá-me a tua mão!!!
Teu Amor minha Latitude
murmúrios de Outono
brisas como anjos num festim divino
pudera acreditar nessa estação de sonho
e nas folhas encontrar esse caminho
imagem: pescada na rede
por: um pescador de sonhos