à luz dos teus olhos
o poema liberta-se
do rigor da eternidade
à luz dos teus olhos
o poema parece sangrar
com a mesma violência
com o mesmo pétreo silêncio
com a mesma penosa solidão
com o mesmo densíssimo vazio
da rocha, do medo vastíssimo das mãos
esculpidas para aprisionar a verdade,
a saudade.... a serenidade do rosto
disposto a silenciar o sorriso profético
dos dias bordados de felicidade
de calar… a alegria, o amor,
vulcânicos... os sons da natureza …
a dureza extrema das intempéries
espelhada na alma... dos amantes
que... tão grandes, imensos
fomos
da Luz… do sonho…
e da sombra que somos
apenas o calor dos lábios cálidos
entregues à intemporal ternura
que... na boca… imensa
v i v e !!!
imagem: ©Anne Patay